Com o crescente interesse em veículos elétricos e híbridos, a instalação de carregadores de veículos elétricos em condomínios residenciais e empresariais tornou-se uma questão relevante. Neste artigo, exploramos os pontos essenciais para garantir uma escolha adequada, aplicação correta e instalação segura desses dispositivos.
Para começar devemos mapear qual o tipo de Carregador é o mais adequado para o projeto, percorrendo os seguintes pontos:
1. Potência versus Velocidade de Carregamento
Existem no mercado basicamente 3 Níveis de Carregadores que são:
Nível 1: São os mais básicos e utilizam a tomada doméstica padrão (110V ou 220V). A velocidade de carregamento é baixa, sendo mais adequados para uso noturno. Aqui também se encaixam os portáteis.
Nível 2: Requerem uma instalação elétrica específica (220V) e oferecem maior velocidade de carregamento. São ideais para condomínios com maior demanda.
Nível 3 (DC Fast Chargers): São os mais potentes, mas também os mais caros. Geralmente são encontrados em postos de recarga públicos como estacionamentos, supermercados, shopping centers e eletro postos, normalmente presentes em estradas e rodovias.
2. Compatibilidade com Veículos
Este é um ponto que requer atenção, pois alguns carros requerem conectores específicos.
Existem diferentes padrões de conectores para veículos elétricos e, assim como os cabos para carregar aparelhos eletrônicos. Cada modelo de automóvel vem com um cabo com um plugue que se conecta ao soquete do carregador e outro conector que se conecta ao carro (soquete ou entrada) e variam de acordo com o modelo, montadora e potência do carregador. O fabricante normalmente fornece um ou dois cabos, que podem ser usados nas estações de carregamento.
Portanto confira o Carregador que está adquirindo é compatível com os modelos de veículos elétricos presentes no condomínio.
E quantos são os tipos de plugues de recarga veicular mais utilizados no Brasil? Os conectores mais comuns:
Tipo 1 (SAE J1772): Citroën, Chevrolet, Ford, Kia, Mitsubishi, Nissan, Opel, Peugeot e Toyota.
Esse modelo não é utilizado no Brasil, por não ser compatível com o sistema elétrico nacional, que opera em 127 V ou 220 V. Nos EUA os fabricantes que o utilizam, são: Chevrolet, Kia, Mitsubishi, Nissan, Toyota, Citroën, entre outros
Tipo 2 (IEC62196): As principais montadoras presentes no Brasil utilizam este padrão, e entre elas estão a Audi, BMW, BYD, Mercedes-Benz, Renault, Smart, Tesla, Volkswagen e Volvo
Tipo GB/T: Semelhante ao Tipo 2 este conector foi projetado para atender as normas de carregamento em corrente alternada da China (BYID, JAC, CHERY entre outros), com potência até 22 kW (400 V, 32 A) a partir de uma rede trifásica. O formato também é muito parecido com o conector Tipo 2, porém eles não são compatíveis fisicamente.
Tipo CHAdeMO, abreviação de “Charge deMove” , este sistema de carregamento rápido em corrente contínua foi desenvolvido no Japão. Ele suporta capacidades de carregamento muito altas, bem como carregamento bidirecional. Montadoras como Citroën, Honda, Kia, Mazda, Mitsubishi, Nissan, Peugeot, Subaru, Tesla (com adaptador), Toyota e BD Automotive usam este padrão nos carros fabricados no Japão
Tipo Tesla: Além de usar o Tipo 2, a Tesla ainda oferece um adaptador possibilitando o conector ser utilizado em estações de carregamento CHAdeMO e CCS
A Tesla tem seu próprio padrão de conector de carregamento, que foi projetado para carregar veículos tanto em corrente contínua (CC) quanto corrente alternada (CA) utilizando o mesmo conector.
CCS: BYD Dolphin recebe recarga com o plugue do tipo 2, para corrente alternada, ou CCS 2, para corrente contínua
3. Cuidados na Instalação e Infraestrutura Elétrica
De a devida atenção à Infraestrutura Elétrica! Avalie com muito cuidado a capacidade da rede elétrica do condomínio. É fundamental garantir que ela suporte a carga adicional dos carregadores sem sobrecarregar o sistema, para evitar riscos de incêndio e danos a instalações elétricas.
Contrate um eletricista especializado para realizar a instalação para certifique-se de que as normas técnicas sejam seguidas.
4. Localização dos Carregadores
Escolha locais estratégicos para a instalação dos carregadores. Considere além da acessibilidade e conveniência para os usuários o acesso de equipes de emergência caso exista algum problema com a bateria ou próprio veículo.
Lembrando que os cabos e conectores devem estar protegidos contra intempéries e vandalismo.
As baterias de íons de lítio podem ocasionalmente sofrer um fenômeno conhecido como “fuga térmica”. Isso ocorre quando as células da bateria apresentam mau funcionamento, o que pode ser causado por danos físicos, superaquecimento, sobretensão ou sobrecarga. Para evitar a “fuga térmica” é aconselhável carregar carros elétricos ao ar livre ou em locais bem ventilados para minimizar os riscos
5. Escolha o método de medição de Consumo: Livre ou Individual
Existem modelos que permitem que você faça a recarga do veículo através de um cartão RFID ou deixe no modo plug and play. Para condomínios novos, a legislação pode exigir medidores individuais para cada vaga de estacionamento com carregador. Isso permite que os custos sejam atribuídos de forma justa entre os condôminos.
6. Estabeleça normas e regras claras para o uso dos carregadores.
Defina limites de tempo de carregamento e prioridades. Para isso consulte a legislação local e as normas condominiais para garantir conformidade.
Em resumo, a instalação de carregadores veiculares elétricos em condomínios é uma tendência inevitável. Ao considerar os aspectos técnicos, legais e práticos, os condomínios podem se adaptar de forma sustentável a essa nova realidade da mobilidade elétrica.
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Por Mayara Boscariol – Gerente de Comercial da SDM Condomínios
